Síntese da primeira aula da unidade 5 Material preparado para uma consulta rápida. Objetivos: introduzir os tipos de energia em uma seção do escoamento unidirecional, incompressível e em regime permanente; introduzir a equação de Bernoulli e aplicá-la ao tubo de Pitot, propor leitura sobre aplicação do tubo de Pitot.
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5.1 Introdução
Através desta unidade objetiva-se introduzir os conceitos que permitam estudar as seguintes aplicações práticas:
determinação da velocidade real do escoamento através do tubo de Pitot;
determinação indireta da vazão do escoamento através dos orifícios, bocais, placas de orifício e tubo Venturi;
determinação das cargas totais nas seções do escoamento;
estabelecer o sentido de escoamento;
verificar a viabilidade de uma instalação hidráulica funcionar em queda livre acionando turbinas hidráulicas, ou necessitar de bombas hidráulicas
Para o estudo destas aplicações deve-se efetuar um balanço de energias entre duas seções do escoamento, o que é viabilizado pela aplicação da equação da energia.
As restrições impostas: escoamento unidirecional, incompressível e em regime permanente, limitam o estudo aos escoamentos, onde as variações de temperaturas observadas ao longo dos mesmos são desprezíveis, ou seja, estudamos os seguintes casos práticos:
instalações hidráulicas em geral;
projetos de ventilação e ar condicionado;
instalações de gases em geral com velocidades inferiores a cerca de 70 m/s.
Nos casos mencionados anteriormente as restrições permitem considerar, tanto a massa específica (r), como o peso específico (g), constantes ao longo dos mesmos. Além desta consideração, tem-se que os níveis de reservatórios serão supostos constantes (na pior das hipóteses, para a situação crítica) e que a equação da continuidade ou conservação de massa será representada pelas equações 5.1. e 5.2:
5.2 Tipos de Energia Mecânica observadas em uma Seção do Escoamento Unidirecional Incompressível e em Regime Permanente
Pela restrição do escoamento ser considerado praticamente isotérmico, as variações das energias térmicas são desprezíveis, o que justifica o porque de só estudarmos as energias mecânicas.
Consideramos um trecho sem derivações, de uma instalação hidráulica, como o representado pela figura 5.1, onde:
PHR - plano horizontal de referência;
Zi - cota da seção i, tomando-se como base o eixo do conduto em relação ao PHR;
Vi - velocidade média do escoamento na seção i;
pi - pressão estática na seção i.
Pela condição do escoamento em regime permanente, pode-se afirmar que entre as seções (1) e (2) não ocorre, nem acúmulo, nem falta de massa, ou seja, a mesma massa m que atravessa a seção (1), atravessa a seção (2).
Evocando os conceitos de energias abordados pela física e os conceitos estudados na unidade 2, estabelecemos os diversos tipos de energias mecânicas observadas em uma seção do escoamento unidirecional, incompressível e em regime permanente.
5.2.1 Energia Cinética (Ec)
A energia cinética pode ser calculada pela equação 5.3.
5.2.2 Energia Potencial de Posição (EPPo)
A energia potencial de posição pode ser calculada pela equação 5.4 .
5.2.3 Energia “Potencial” de Pressão (EPPr)
Considerando a representação da figura 5.2, onde: γ = peso específico do fluido transportado; hi = carga de pressão na seção i; pode-se calcular a energia potencial de pressão pela equação 5.5
5.3 Energia Mecânica Total em uma Seção do Escoamento Unidirecional, Incompressível em Regime Permanente (Ei)
A energia total representa a somatória da energia cinética , energia potencial de posição e energia potencial de pressão, como mostra a equação 5.6.
5.4 - Carga Mecânica Total em uma Seção do Escoamento Unidirecional, Incompressível em Regime Permanente (Hi)
Pela condição do escoamento se dar em regime permanente podemos afirmar que, tanto a massa (m), como o peso (G) do fluido, que atravessa uma dada seção do escoamento, é constante ao longo do mesmo. Por este motivo, é comum considerar a energia, ou por unidade de massa, ou por unidade de peso do fluido, além disto, esta consideração origina uma unidade facilmente visualizada.
Define-se carga como sendo a relação da energia pelo peso do fluido, portanto a carga total em uma seção i (Hi), pode ser definida como mostramos a seguir:
5.5 - Equação de Bernoulli
A equação de Bernoulli é um caso particular da equação da energia aplicada ao escoamento, onde adota-se as seguintes hipóteses:
1ª) escoamento em regime permanente
2ª) escoamento incompressível
3ª) escoamento de um fluido considerado ideal, ou seja, aquele onde a viscosidade é considerada nula, ou aquele que não apresenta dissipação de energia ao longo do escoamento
4ª) escoamento apresentando distribuição uniforme das propriedades nas seções
5ª) escoamento sem presença de máquina hidráulica, ou seja, sem a presença de um dispositivo que forneça, ou retira energia do fluido
6ª) escoamento sem troca de calor
Apesar de todas as restrições impostas pela equação de Bernoulli, a mesma é fundamental para a compreensão da maioria dos estudos hidráulicos, além de ter aplicações reais, tanto para o estudo do tubo de Pitot, como para o estudo de medidores de vazão em geral.
Para obtenção da equação de Bernoulli, consideramos as seções (1) e (2) da figura 5.3.
A equação de Bernoulli é obtida efetuando-se o balanço de cargas entre as seções (1) e (2), onde observando-se as hipóteses mencionadas anteriormente.
H1 = H2
5.6 Aplicações Práticas da Equação de Bernoulli
5.6.1 Tubo de Pitot
É um aparelho utilizado para a determinação da velocidade real em pontos do escoamento.
Podemos citar algumas das aplicações deste aparelho:
determinação da velocidade no acondicionamento de ar;
determinação da curva de um ventilador;
determinação da velocidade em transporte pneumático;
determinação da velocidade em fluxo de gás combustível;
determinação da velocidade em sistemas de gás de processamento;
determinação de velocidade de aviões;
determinação de vazamento em redes de distribuição (pitometria);
obtenção da resistência ao fluxo originada por filtros, condensadores. ...
Para a compreensão do uso do tubo de Pitot, devemos evocar, tanto o conceito de pressão estática, como o conceito de pressão dinâmica.
A pressão estática é a pressão que age da mesma forma em todas as direções (unidade 2) e que é inerente à seção do escoamento para uma dada vazão.
A tomada da pressão estática é perpendicular ao escoamento como mostram as figuras 5.4
A pressão dinâmica é obtida convertendo-se a energia cinética em energia de pressão.
Uma forma bastante simples de observarmos a pressão dinâmica é colocarmos a palma da mão contra um jato d’água, na palma da mão a velocidade é nula e a força sentida na mesma é originada pela conversão da energia cinética em energia de pressão, ou seja, pressão dinâmica.
Pelo mencionado anteriormente, podemos concluir que devemos posicionar o aparelho contra o escoamento na tentativa de medirmos a pressão dinâmica, porém pelo próprio conceito de pressão estática, o que conseguimos medir é a pressão total (p0), que representa a soma da pressão estática com a pressão dinâmica (figura 5.5)
Na construção do tubo de Pitot, considera-se duas seções para tomada de pressão, respectivamente a total (p0) e a estática (p); seções estas que encontram-se suficientemente próximas para considerar a pressão estática constante.
Instalando-se um manômetro diferencial entre as seções (0) e (1), respectivamente seção de pressão total a seção de pressão estática, obtém a pressão dinâmica (pd) como mostramos na figura 5.6
p0 = pressão total
p1 = pressão estática
pd = pressão dinâmica - obtido em função (g, gm , h) e pd = p0 - p1
Através das representações do tubo de Pitot na figura 5.6, podemos observar que:
1ª) o tubo de pitot é instalado no sentido contrário ao escoamento;
2ª) o ponto frontal do tubo de pitot, pertencente a seção (0), é denominado de ponto de estagnação, isto porque no mesmo além da pressão estática, temos a pressão dinâmica, o que equivale dizer que a velocidade no ponto de estagnação é nula.
Para qualquer que seja o modelo do Pitot, como a distância entre as seções (0) e (1) é desprezível, podemos aplicar a equação de Bernoulli, a qual possibilita a determinação da velocidade real referente ao ponto (1) como mostramos a seguir:
H0 = H1
Como Z1 = Z0 ; v0 = 0 e p0 - p1 = pd , temos:
Aplicando-se a equação manométrica no manômetro diferencial, obtemos a pressão dinâmica, como mostramos a seguir:
Nota: mencionamos a seguir alguns fluidos manométricos comumente usados com os seus respectivos pesos relativos (γr)
Através das equações 5.9 e 5.10, podemos obter a equação para o cálculo da velocidade real através de um TUBO DE PITOT (equação 5.11)
Alguns cuidados devem ser tomados para minimizar os erros de leituras do tubo de Pitot, sendo que os principais passamos a descrever:
1ª) o diâmetro do conduto deve ser pelo menos 24 vezes o diâmetro do tubo de Pitot.
2ª) o ponto de medição deve ser determinado em um trecho reto da tubulação, e distante no mínimo 10 diâmetros à jusante de qualquer singularidade, tais como: registros, derivações, curvas, Venturi, etc...
3ª) se possível instalar um alinhador de fluxo de tipo caixa de ovos no mínimo a 20 diâmetro à montante do Pitot.
OS GANSOS
Quando se vê gansos voando em formação "V", pode-se ficar curioso quanto às razões pelas quais eles escolhem voar desta forma. A seguir algumas descobertas feitas pelos cientistas:
FATO:
À medida que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para ave seguinte. Voando em formação "V", o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais do que se cada ave voasse isoladamente.
VERDADE:
Pessoas que compartilham uma direção comum em senso de equipe chegam ao seu destino com mais facilidade e rapidez, porque elas se apóiam na confiança das outras.
FATO:
Sempre que um ganso sai de formação ele repentinamente sente a resistência e o arrosto de tentar voar só e, rapidamente, retoma a formação para tirar vantagem do poder de sustentação da ave isoladamente à frente.
VERDADE:
Existe força, poder e segurança em grupo, quando viajando na mesma direção com pessoas que compartilham um objetivo comum.
FATO:
Quando o ganso líder se cansa ele reveza indo para a traseira do "V", enquanto outro ganso assume a ponta.
VERDADE:
É vantajoso o revezamento quando se necessita fazer trabalho árduo.
FATO:
Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente a manterem o ritmo e a velocidade.
VERDADE:
Todos nós necessitamos ser reforçados com apoio ativo e encorajamento.
FATO:
Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e o seguem para ajudá-lo e protegê-lo. Eles os acompanham até a solução do problema e, então, reiniciam a jornada os três juntando-se à outra formação, até encontrarem a formação original.
VERDADE:
Precisamos ser solidários nas dificuldades.