Educação de jovens e adultos no contexto nacional e regional

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Seria fácil explicar, mas impossível justificar: o Banco Mundial, que é uma organização capitalista, fez há quatro anos uma avaliação da distribuição de renda no mundo e constatou, que o Brasil estava em 2o lugar na pior distribuição de renda do planeta, perdendo somente para Botswana, na África.  Atenção: renda não é só dinheiro, e também moradia, educação, emprego, saúde, qualidade de vida.  Esta mesma pesquisa foi refeita e o Brasil chegou ao 1º lugar. Nós somos a pior distribuição de renda do mundo, de acordo com os organismos capitalistas internacionais.

 

 

 

Se os marcianos soubessem de tudo isso, nos perguntariam de novo “Como?".

Talvez, a tentação fosse responder a eles: "Sabe o que é? É que aqui é assim..."

E se, na seqüência quisessem saber o que todas e todos fazemos neste seminário?  Nossa resposta: sabemos que "aqui é assim", só nos reunimos porque temos a convicção de que não deveria e nem precisaria  ser e, assim, não será!

Qual, então, nossa convicção? 

Não nos conformamos, não aceitamos que as elites brasileiras,  vendam todo o patrimônio do povo e  sejam tão predatórias, e que as elites políticas, cometam uma das maiores crueldades contra o ser humano, que é destruir a sua dignidade.  Nós, homens e mulheres, atuando em Educação ou não, somos inconformados com a possibilidade de ser negada a um ser humano a sua dignidade de vida, no final do século XX, no Brasil, em 1999, na 10ª economia Capitalista mais rica do planeta Terra.

Temos ainda 18 milhões de analfabetos totais, que são as pessoas que nunca passaram pela escola. Vejam bem, 18 milhões acima de 15 anos de idade.  Quem é da área sabe, se somarmos os 25 milhões de analfabetos funcionais, que são as pessoas que estiveram na escola, mas não se alfabetizaram, são 43 milhões no nosso país acima de 15 anos mas, se usarmos os cálculos da UNESCO, que conta o analfabetismo a partir de 10 anos de idade e não de 15, porque em tese uma criança com 10 anos já deveria estar alfabetizada, a cifra sobe para 62 milhões de habitantes analfabetos.

 

 

 

 

Continua