Mario Sérgio Cortella

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Educação de jovens e adultos no contexto nacional e regional:

Este seminário acontece, não por coincidência, no momento em que estamos comemorando os dois anos da morte do corpo do mestre Paulo Freire, ocorrida em 02 de maio de 1997

Tem gente que pensa que não se deva comemorar a morte de alguém; no entanto, "comemorar" significa "lembrar junto", memorar junto.  Por isso, estamos, sim, celebrando a memória daquele que, por toda a sua vida, engravidou milhares e milhares de homens e mulheres pelo mundo afora com a idéia de que "gente foi feita para ser feliz".  Esse foi o grande sonho dele e cabe a nós levar esse sonho adiante, com nossas idéias e ações.

Sem querer dar ao Paulo Freire um ar de santidade no sentido místico e respeitada a diferença da situação, tenho vontade de dizer (como é dito em um belo momento do culto de uma das religiões): "Paulo Freire esteja convosco".  Ao que poderíamos sinceramente responder: "Ele está no meio de nós!".


Gostaria de iniciar olhando esta imensa foto do professor Paulo Freire que foi colocada aqui no palco; ela foi tirada na noite de 18 de setembro de 1996 (exatamente um dia antes de ele completar 75 anos de idade!), no Tuca, o Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde ele participou (ao lado de dom Paulo Evaristo Arns) de um seminário sobre O simbólico e o diabólico: dramas e tramas (religião, ,história e política).

O objetivo daquele seminário, no qual foi registrada a foto, foi semelhante ao deste; e é na origem grega das palavras simbólico e diabólico que vamos encontrar essa identificação.  Como ballo pode ser traduzido como jogar ou lançar, enquanto que syn significa junto e dia é separado, entendemos o simbólico como tudo aquilo que joga junto (agrega e une) enquanto que diabólico é o que joga separado (desune e dispersa).

Ora, nossa sociedade vive situações diabólicas no seu dia-a-dia, quando a mente e o corpo do Ser Humano são humilhados, ofendidos, triturados, desrespeitados; é por isso que toda situação que desagrega a vida, que dificulta a dignidade, é diabólica.

 

 

Continua