Apesar das grandes alterações e do progresso
fantástico da humanidade, neste último século, um grande número de escolas continuam a
dar o conhecimento para que não se possa pensar; continuam a adquirir e reproduzir para
não criar e continuam a consumir em lugar de realizar o trabalho de reflexão.
O fracasso deste tipo de instituição já está sobejamente
comprovado, apesar de sua nobre missão de EDUCAR.
É por esse motivo que devemos pensar na REEDUCAÇÃO, a qual
necessita de uma NOVA EDUCAÇÃO, oriunda da batalha travada entre a excelência e a
mediocridade,a passividade e a participação, onde temos como vencedoras a
excelência e a participação.
Esta NOVA EDUCAÇÃO é inovadora pelo simples fato de deixar de
estabelecer fronteira entre a escola e a sociedade. Nela estamos constantemente repensando
o seu papel e o seu propósito, conhecendo de forma mais íntima a comunidade escolar,
definindo com maior transparência as suas missões, objetivos, atualizando, criando novos
processos e alternativas para as soluções dos problemas educacionais. Na mesma, o
Diretor consegue resultados através de pessoas: os Chefes de Departamentos, os Chefes de
Setores, os Educadores, os Laboratoristas, os Funcionários Administrativos e a
Sociedade- e os
Educadores também conseguem os resultados através das pessoas: os Alunos e
estes através de suas realizações junto à Sociedade. Nela a comunidade
participa ativamente da construção de conhecimento, que vai além de
pura teoria, que leva em conta as necessidades e a torne instrumento da
criação de um mundo melhor, onde as pessoas se transformam em sujeitos
da própria história. Ela rompe com a tradição de que só alguns
iluminados são competentes e sabem quais são as necessidades e
interesses de toda a sociedade. Nela os professores transformam-se em
educadores
Certamente existem aqueles que confundem os Educadores com os
"professores", porém eu diria que os Educadores possuem uma face,
nome, história a ser contada, habitam um mundo onde ensinar é uma arte e o que vale é a
relação que os liga aos Alunos, sendo que cada Aluno é uma "entidade",
portador de um nome, de uma história, sofrendo tristezas e alimentando
esperanças.
Mas "professores" são habitantes de um mundo diferente,
onde o "educador" pouco importa, pois o que interessa é um crédito cultural
que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins
institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isto mesmo, este tipo de
"pessoa" é uma entidade descartável.
De Educadores para "professores" realizamos o salto de
pessoas para funções. Para o fortalecimento desta NOVA EDUCAÇÃO, devemos eliminar
barreiras, que tanto podem atrapalhar, como levar ao fracasso as Instituições no que se
refere a Reeducação. As barreiras a serem eliminadas a qualquer preço são:
Isolamento
pedagógico, onde o docente considera-se o "dono" da sala de aula e o
"dono" do saber e da competência na área; um ser que não precisa ouvir
ninguém, muito menos o Aluno;
Medo,
já que a sua existência dentro da escola fará com que a mesma fracasse em sua função
maior - formar cidadãos - isto porque o medo tira das pessoas o seu orgulho, ferindo-as e
tirando-lhes a oportunidade de aprender, pensar e criar sua própria
história;
Grupos
iluminados, que objetivam estimular o conformismo; gerar conflito com as decisões e as
necessidades de gerenciamento democrático da escola; lançar boatos falsos ou parcialmente verdadeiros
e promover a resistência à mudança visando à manutenção do status
quo.
Ao eliminarmos as barreiras citadas, devemos estar preparados para os
conflitos e confrontos, porém as suas existências podem comprometer o êxito da NOVA
EDUCAÇÃO.
O sucesso
desta NOVA EDUCAÇÃO depende da sua capacidade de formar pessoas críticas e
humanistas e que estejam comprometidas na construção de um mundo melhor para
todos. Para tal,deve ser capaz de sensibilizar a todos a se comprometerem com os
seus princípios; este é o
grande desafio e a essência da NOVA EDUCAÇÃO.
Para viabilizar os fatores anteriores a gerência, tanto da escola
como da sala de aula, deve ser democrática.
A gestão por dominação ou autocrática baseada na força e na
coação, que transforma docentes e alunos em adversários, faz com que os alunos resistam
mais e aprendam menos, enquanto o docente coage mais e ensina menos. Já na gestão
democrática eles tornam-se parceiros na
busca da excelência de vida.
Devemos ter em mente que o ensino competente é a tarefa mais
difícil de ser executada porque, para que isto aconteça, torna-se necessário que o
Educador consiga, através da amorosidade, convencer, ou até mesmo converter, essencialmente todos os seus Alunos a
serem responsáveis, tanto pela construção de sua história, como pelas
mudanças a serem desenvolvidas para se ter um mundo melhor sem
excluídos.
Os
Diretores e Educadores concentram seus esforços na
estruturação e reestruturação, tanto da escola, como da sala de aula, a fim de se ter
um ambiente adequado para atender as necessidades de uma gestão democrática, onde os
Alunos serão administrados sem coação e sem medos, e onde poderão participar
efetivamente de sua formação.
Como gestores modernos, desempenharão o papel de facilitadores, pois
assim os Alunos irão se tornando cada vez mais responsáveis por sua autonomia.
Esta Nova Educação exige um ambiente de satisfação das necessidades
básicas de seus membros, como a sobrevivência, amor, poder, alegria, liberdade e
aprendizado.
Cada escola e cada Educador deverão encontrar suas próprias
estratégias no sentido de vencer o desafio de estruturar sua proposta
pedagógica de maneira que toda a comunidade, além de comprometida, sinta-se
responsável pela construção, tanto de sua história, como de seu mundo.
O que deve ficar claro é que a diferença entre o sucesso e o
fracasso dela reside na conscientização e comprometimento de todos pela
proposta.
Cada um é responsável
pela construção do caminho que o levará, tanto ao sucesso
como ao fracasso.
É preciso acreditar resta
saber em quem.
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