AULA NA UNIVERSIDADE A
discussão deste assunto tomou para mim um interesse particular a partir
de uma pesquisa que realizei com alunos do Curso de Licenciatura da
Faculdade de Educação da USP. Esta
pesquisa procurou identificar condições facilitadoras de aprendizagem em
sala de aula do terceiro grau, buscando pistas que fizessem com que os
alunos superassem aquela sensação de que as aulas são inúteis e uma
perda de tempo e os professores se sentissem gratificados ao realizar a
docência e esta não lhes pesasse apenas como um fardo e fonte de tantas
frustrações. Alguns
resultados desta pesquisa, ao serem estudados, me levaram a refletir sobre
o significado do espaço “sala de aula”, e as conclusões a que
cheguei me pareceram muito importantes. Elas se encontram publicadas no
livro – Aulas Vivas - e constituem um primeiro conjunto de idéias que
merece ser considerado. I
- AULA COMO ESPAÇO DE CON-VIVÊNCIA HUMANA E DE RELAÇÕES PEDAGÓGICAS. As
informações dadas pelos 250 alunos do Curso de Licenciatura que foram os
sujeitos da pesquisa, a respeito de como as aulas poderiam ser mais
interessantes e motivadoras, me levaram a identificar como característica
importante da aula o fato de ser um grupo de pessoas batalhando por
objetivos comuns, e não necessariamente o espaço geográfico de encontro
dessas mesmas pessoas. Tal idéia mestra foi traduzida pela expressão:
Aula como espaço de con-vivência humana e de relações pedagógicas. Mas
o que quer dizer esta expressão? 1.
Aula como VIVÊNCIA quer dizer aula como vida, como realidade. A
aula como espaço que permita, favoreça e estimule a presença, a discussão,
o estudo, a pesquisa, o debate e o enfrentamento de tudo o que constitui o
ser e a existência, as evoluções e as transformações, o dinamismo e a
força do homem, do mundo, dos grupos humanos, da sociedade humana
existindo num espaço e tempo, vivendo um processo
histórico em movimento. Esta realidade está diretamente vinculada
ao grupo classe, que é formado por alunos e professores, e precisa ser
estudada, refletida e debatida por eles. A
sala de aula – vivência - funciona como um espaço aberto
impregnando-se de fatos, acontecimentos, estudos, análises, pesquisas,
conflitos, prioridades, teorias que estão agitando o meio em que vivem
alunos e professores. A aula acontece num movimento de mão dupla:
recebendo a realidade, trabalhando-a com a ciência
e permitindo uma volta a ela com nova perspectiva para sua
transformação. Esta
aula que traz o dia-a-dia para a sala, que permite aplicações práticas,
que relaciona conhecimentos com experiência, com realidade profissional e
com as necessidades dos alunos, que permite ao aluno desenvolver uma visão
crítica acerca dos problemas econômicos e sociais da atualidade e a
pensar sua própria atuação profissional nas condições da realidade
brasileira, esta aula passa a ser interessante e motivadora para alunos e
professores. Os
assuntos abordados nesta aula-vida se revestem das mesmas características
da realidade: globalidade, integração e complexidade, pois, assim é a
vida. 2. Aula como CON-VIVÊNCIA HUMANA. Talvez aqui a pedra de toque destas reflexões. Acostumados por demais a ver nossas aulas como espaço físico, nós nos demos conta de que antes de tudo, somos um grupo de pessoas que estão se reunindo durante uma grande parte de nossas vidas para buscar algo de muita importância para nós. O grupo classe (professores e alunos) é um grupo com características próprias, com visões diferentes de mundo, de vida, de profissão, predominando uma grande heterogeneidade, como nos grupos humanos fora da universidade. E nela, vamos precisar aprender a viver com estas pessoas, dialogar com elas, trabalhar e aprender com elas construir conhecimentos e fazer ciência com elas. Esta vivência e aprendizagem com os outros colegas em aula não costumam ser valorizadas, nem trabalhadas por professores e alunos que ainda não descobriram a riqueza deste intercâmbio. A nossa experiência tem sido a de aprendermos apenas com nossos professores numa relação individual e de dependência em relação a eles. As pesquisas indicam depoimentos de alunos salientando as estratégias integradoras do grupo como importantes para a aprendizagem e o relacionamento de professores e alunos valorizando-se ações participativas, o trabalho em equipe, a explicitação das expectativas e necessidades dos alunos, a demonstração de confiança no aluno e em sua responsabilidade pela aprendizagem como fatores fundamentais para se fortalecer as con-vivência. Realizando
uma pesquisa junto aos profissionais contemporâneos, ex-alunos universitários,
sobre as características de professores que foram marcantes para eles em
seu período de formação, encontramos certa unanimidade de respostas:
respeito ao aluno, dialogo, abertura à crítica; ensinou a pensar, a
buscar informações, a pesquisar; honestidade intelectual, paixão pela
docência, amizade, cultura, etc, todas características que apontam
claramente para uma con-vivência humana no processo de
ensino-aprendizagem, características dos professores que vão para além
do domínio do conhecimento específico de determinada matéria, qualidade
imprescindível para um professor, mas insuficiente para marcar seus
alunos para a vida. 3)
A aula como espaço de
RELAÇÕES PEDAGÓGICAS. O encontro deste grupo humano formado de
professores e alunos em uma escola possui objetivos educacionais bem
definidos. Visa aprendizagens: · na área do conhecimento: adquirir informações, relacioná-las, contrapô-las a outras, criticá-las, produzir conhecimento, buscar novas informações, sintetizar e organizar informações, inferir conclusões, generalizar, etc. · na área de habilidades humanas e profissionais: aprender a pesquisar, a trabalhar em equipe, comunicar-se com diferentes públicos, relacionar-se com clientes, entrevistar pessoas, aprender a aprender, dominar línguas estrangeiras e recursos oferecidos pela informática e as demais habilidades específicas de cada profissão ·
na
área de atitudes: desenvolver a consciência da cidadania e seu
compromisso com ela, discussão dos valores atuais e emergentes aprendendo
a fazer suas opções e tomar posição frente aos mesmos, valorizar a
pesquisa e produção do conhecimento, desenvolver uma atitude crítica
frente ao exercício de sua profissão numa sociedade brasileira contemporânea,
etc. Queremos
chamar a atenção para o fato de que se a aula na universidade existe
para ensinar, para se adquirir informações e conhecimentos, existe também
e principalmente para outros objetivos que no momento parecem estar
esquecidos. Sua ausência explica grandemente o desinteresse dos alunos
por ela e sua presença desenvolve o interesse e a motivação pela mesma. Esta
aula traz consigo a modificação da postura do professor de
“ensinante” para “estar com”, de transmissor para parceiro de
troca, através de uma ação conjunta do grupo. Sala de Aula: trabalho em
equipe, que se explicita na revisão do programa da disciplina ou da matéria
encaixando a vida, o concreto, o real, as expectativas, os interesses e
problemas dos alunos com a especificidade da disciplina. Nela as estratégias
são selecionadas visando a formação do cidadão, do profissional, do
pesquisador, favorecendo a iniciativa, a criatividade, e a participação
no processo. O processo de
avaliação se pensa como um feedback relacionado a todos os objetivos
educacionais e não apenas aos cognitivos. Esta aula pode se transformar num instante inovador na vida de seus participantes, espaço de surgimento de novas mediações quando as contradições se apresentam, encontros e evidências se destroem e novas se constroem. Aula como afirmação de um novo começo na ordem das coisas. II
- A FORMAÇÃO DOS MÉDICOS EM HARVARD ATUALMENTE. Um
segundo conjunto de idéias que quero propor para a nossa reflexão sobre
a Aula na Universidade está relacionado com um vídeo intitulado:
Doutores do Amanhã (2) que procura apresentar de modo sintético e em
flashes uma verdadeira forma revolucionária de se formar médicos não
utilizando a aula convencional como recurso básico de ensino. Trata-se
de um projeto da Universidade de Mc Master em Hamilton, Ontario que foi
assumido pela Faculdade de medicina de Harvard que o executa há dez anos,
com ótimos resultados. Em que consiste este projeto e quais são seus
pontos fortes e inovadores? Vamos
apresentá-los de forma itemizada para tornar sua compreensão mais clara. - Baseia-se na instrução autodirigida; - Enfatiza uma aprendizagem ativa que valoriza a ética e a sensibilidade nas relações com os pacientes; - Dá ênfase à capacidade de atualizar mudanças e buscar informações; - Trata-se de um processo de descobertas dirigidas e de incentivo à aprendizagem interativa em pequenos grupos; - O aluno desde seu primeiro dia de aula recebe um estetoscópio e inicia sua atividade prática de aprendiz de medicina junto a um médico e professor; - Formam-se grupos de 8 a 10 a membros e com um professor orientador, que trabalham em equipe durante 12 semanas, findas as quais formam-se novos grupos de alunos com novo professor orientador que trabalharão durante as próximas 12 semanas e assim por diante; - Durante o período de 12 semanas há um grande tema do programa de medicina que é pesquisado individualmente por cada um dos elementos do grupo na biblioteca, utilizando inclusive dos recursos da informática, e debatido em todos os seus aspectos com os demais membros do grupo e com o professor orientador. Havendo necessidade, convidam-se especialistas para explicações mais detalhadas, solução de dúvidas, ou complemento de informações. Para o estudo deste grande tema concorrem todas as disciplinas ou matérias que sejam necessárias; - As matérias ou disciplinas não são ensinadas de forma justaposta ou fragmentada. Não se ensinam ou não se aprendem disciplinas por elas mesmas, ou apenas porque são importantes em si, mas porque suas informações ou habilidades são necessárias para se compreender, ou explicar determinada questão de saúde ou doença, bem como sua etiologia, prevenção ou terapêutica; - As estratégias são selecionadas de forma a privilegiar a participação dos alunos (debates observação com discussão, leituras, pesquisas, atividade prática com pacientes, atividades simuladas, discussão de casos após observá-los por circuito fechado de TV). Não há mais aulas expositivas para grandes turmas. Os alunos estudam o ano inteiro. - Não há provas, nem exames. O processo de avaliação é contínuo, oferecendo um feedback para todas as atividades realizadas. Ele existe para ajudar o aluno a aprender e não para detectar o que o aluno não sabe, muito menos está voltado para descobrir o que o aluno não sabe afim de reprová-lo. Diferentemente dos outros sistemas tradicionais quando a tensão ocorre por ocasião das provas, neste sistema a tensão é contínua porque sempre existem os colegas e o professor orientador que estão esperando pelo estudo ou pesquisa realizada para que a discussão se realize com proveito e a aprendizagem seja conseguida por todo o grupo. O feedback poderá vir do próprio aluno (auto-avaliação), da avaliação dos colegas do grupo, do professor orientador e dos pacientes com os quais os alunos interagem durante o tempo de sua formação; - O currículo é inteiramente redesenhado dentro do programa normal de estudo de medicina; - Os professores
Orientadores (coordenadores) trabalham em equipe, afinados com os
objetivos educacionais do projeto que é assumido por todos. O
tema deste nosso debate e reflexão - A AULA - no projeto da Universidade
de Mc Master e de Harward foi completamente modificada, não existindo
mais o tipo de aula convencional ou tradicional. Suas transformações
obedeceram a alguns princípios e algumas verdades, que eram aceitas com
dogmatismo foram revistas. Assim, possibilitaram: 1. Colocar o aluno em contato com a realidade profissional desde o primeiro ano de faculdade e não apenas no terceiro, como é bastante comum nos cursos de medicina, dedicando-se os dois primeiros anos exclusivamente às matérias básicas. Sabemos o quanto esta forma de entender e realizar o currículo desinteressa os alunos. 2. Superação dos pré-requisitos teóricos para se partir para a prática. Sabemos que teoria e prática podem estar juntas facilitando a construção do conhecimento. 3 . O conhecimento nem sempre precisa ser adquirido de forma lógica e seqüencial. Muitas vezes a ordem psicológica que trabalha com o impacto, com o novo, com o conflito, com o problema, com o interesse, com a motivação permite uma aprendizagem mais significativa. 4. O conhecimento se constrói em rede e não exclusivamente de forma linear partindo das noções fundamentais ou primeiras na história da ciência. Pode-se hoje não só na universidade, mas até na escola de 20 grau, ensinar-se os conceitos da física contemporânea partindo dos grandes problemas ou das questões mais interessantes para os alunos e voltando, se e quando for o caso, às noções e teorias primeiras e fundamentais. 5. A responsabilidade pessoal pelos estudos e formação profissional, bem como a ética no relacionamento com os colegas, professores, pacientes e sociedade são eixos, verdadeiros pilares desta formação e, mais uma vez, não se constituem como disciplinas à parte, mas estão presentes em todo o curso. III - OS CURSOS COOPERATIVOS NA POLITÉCNICA DA USP. Em
1989, em caráter experimental, a Escola Politécnica da Usp implantou um
novo projeto: a Educação Cooperativa. Em um artigo publicado pelo Prof.
Dr. Cláudio da Rocha Brito (3), encontramos um resumo deste novo projeto:
“A Educação Cooperativa consiste em um projeto experimental de integração
Universidade/Empresa, através da união de um esquema acadêmico de auto
nível e de uma forte ênfase às atividades de estágio oferecidas”. Aos
alunos pelas empresas, que proporciona benefícios consideráveis para
ambas as partes, ampliando ao potencial de recursos humanos e o
desenvolvimento tecnológico, sem prejuízo da alta qualidade de ensino. Educação
Cooperativa não é nenhuma novidade. A Universidade de Waterloo, no Canadá,
oferece cursos nestes moldes desde l957. Inicialmente a Politécnica
oferece, em regime cooperativo, os cursos: Engenharia de Computação,
Engenharia de Produção e Engenharia Química. Estes
cursos são realizados em parcerias com empresas e duram 5 anos, durante
os quais o aluno cumpre um total de 15 módulos (9 na Universidade em
tempo integral, chamados Módulos Acadêmicos, e 6 na Empresa, também em
tempo integral, chamados Módulos de Estágios). Estes módulos são intercalados durante o ano
que se compõe de 3 quadrimestres. Isto quer dizer que num ano o aluno
poderá freqüentar 2 módulos acadêmicos e um módulo de estágio. Já
no ano seguinte, ele fará 2 módulos de estágio e 1 módulo acadêmico,
e assim por diante. O que estes estágios têm de diferente dos demais? 1. Durante o módulo de estágio, os alunos estão em tempo integral na empresa; 2. Os alunos se tornam profissionais contratados pela empresa: a partir do momento em que o aluno escolhe a empresa onde irá estagiar, ele passa pelos trâmites normais de qualquer candidato para o trabalho, ou seja: processo de seleção, acerto de salário, discussão das condições de trabalho, horário, função, subordinação, chefia, etc. 3. Durante o módulo de estágio, ele terá um supervisor da Escola que o acompanha à distância, mas que está sempre disponível para as necessidades que se apresentarem e ajudá-lo a resolver os problemas e dificuldades que encontrar e que não consiga resolver sozinho. Durante este módulo de estágio o aluno continuará estudando e pesquisando os assuntos que dizem respeito ao seu trabalho para encaminhar competentemente suas atividades na empresa. Nesta, ele contará também com um funcionário que fará o papel de supervisor dele no trabalho e que, com o supervisor da Escola e com o próprio estagiário formarão uma equipe de avaliação da aprendizagem do aluno na empresa; e estes relatórios avaliativos são encaminhados periodicamente ao Coordenador do respectivo curso. 4. Todos os problemas, questões e assuntos ou temas interessantes dos diferentes estágios são trazidos para as aulas do módulo acadêmico, o que enriquece por demais as discussões a respeito das diversas teorias, incentiva a participação dos alunos e aumenta de forma considerável a motivação. 5. Os seis módulos
são agrupados de dois em dois, com níveis Básicos, Intermediários e
Avançados. Para cada nível há diferentes objetivos a serem alcançados
e diferentes tarefas a serem realizadas envolvendo contatos profissionais,
supervisão na empresa e nível de responsabilidade. Esta
é uma experiência muito complexa, mas muito rica. Possui problemas a
serem encaminhados e merece uma pesquisa mais aprofundada, que é o que
estamos tentando fazer. Mas no que diz respeito ao nosso tema de hoje, ou
seja, a questão da AULA na Universidade, ela apresenta alguns pontos para
nossa reflexão: A) Adequação Curricular e Didática. Foram considerados alguns pontos especiais: - atenção para as mudanças das práticas profissionais; - os cursos tendem a uma organização generalista que possa enfrentar a velocidade de mutação dos conhecimentos; - coerência lógica entre o conteúdo das disciplinas de ciências básicas e as necessidades específicas dos diferentes cursos de engenharia; - e, sobretudo, eliminação radical das repetições desnecessárias; - o aluno deve sentir-se, desde o início, um estudante de engenharia por meio da introdução de disciplinas técnicas desde o primeiro ano do curso; - atendimento permanente aos alunos;
- locais
de estudo e biblioteca adequados. (4) B) Relação Professor - Aluno. Este projeto permite uma troca muito maior de idéias, conhecimentos e experiências entre professor e aluno porque: - a estrutura de módulos acadêmicos intercalados com módulos de estágio cria uma dinâmica diferente de aprendizagem na medida em que os alunos adquirem conhecimento acadêmico e prático-profissional de maneira concomitante; - a aprovação ocorrendo no módulo acadêmico e não por disciplinas isoladas, evita que o aluno tenha uma formação fragmentada do conhecimento; - o aluno vem para o módulo acadêmico, ou seja, para as aulas com maior amadurecimento, maior responsabilidade, e maior interesse ns aulas. Há uma mudança no modo de o aluno encarar sua profissão de engenheiro;
-
cria-se uma interação maior e mais efetiva entre alunos e professores,
agora entre estudantes de engenharia e engenheiros. (5) C)
O Estágio assim concebido e estruturado se constitui num verdadeiro
“espaço-aula” e não apenas em oportunidade de aplicar alguns
conhecimentos adquiridos nas aulas. A postura profissional que o aluno
assume com relação à empresa, ajuda-o a perceber que aquele também é
um lugar, e privilegiado, de aprender, bem como de desenvolver sua
responsabilidade. Esta postura profissional e o senso de capacitação
adquiridos e consolidados no estágio são transportados para a sala de
aula com evidentes vantagens. D)
A Postura do Professor em Aula: ajuda os alunos a estabelecerem um elo de
ligação entre os conhecimentos acadêmicos com os adquiridos e
vivenciados nos módulos de estágio. Em sala de aula, o professor observa
que existe sempre, pelo menos um aluno, que já possui vivência
profissional em cada assunto abordado. Este fato funciona como uma referência
suplementar à disposição do professor contribuindo para o
enriquecimento do conteúdo das aulas. Ocorre uma troca de idéias e
experiências de ambos os lados onde o professor, em muitos vasos, se
coloca na posição do aluno, aprendendo com a experiência deste.(6) Se
considerarmos agora estas três experiências em conjunto, vamos observar
que há pontos comuns entre elas nos quais residem, a meu ver, algumas razões
que explicam a transformação no modo de acontecer as suas AULAS e conseqüentemente
seu sucesso neste ponto. Nas três experiências, durante as aulas: - os alunos são levados a pesquisar e estudar individualmente, bem como a buscar informações e dados novos para serem trazidos para estudo e debates em aula; - enfatiza-se uma aprendizagem ativa e um processo de descobertas dirigidas; - incentiva-se uma aprendizagem interativa em pequenos grupos; - discutem-se temas e assuntos atuais, de forma abrangente, complexa e integrando seus diversos aspectos; - integra-se efetivamente teoria e prática, conhecimento e realidade, superando-se uma dicotomia já detectada há muito tempo; - desde o início do curso, os alunos são colocados em situações profissionais concretas e são orientados para aprenderem na ação; - a aprendizagem é
avaliada não apenas quanto ao conhecimento, mas quanto as habilidade e
atitudes e por diversos avaliadores, desde o próprio aluno, passando
pelos professores, até pelos elementos externos à universidade, com os
quais os alunos interagem no período de sua formação. O desafio que se lança para nós é descobrirmos, a partir destas experiências, alguns caminhos para re-pensarmos e re-fazermos nossas aulas nos cursos de Ciências Exatas e Humanas, por exemplo, em cursos de formação de professores que não dispõem, talvez, das mesmas facilidades dos cursos aqui estudados. Mas, este é o desafio, e me parece, este é um caminho a ser trabalhado. CITAÇÕES (1)
Masetto, Marcos - Aulas Vivas- MG. SP. l995. 2a.
edição. (2)
Suzuki, David - The Nature of Things- Doctor of Tomorrow - video (3) Brito, Cláudio da Rocha - Como vencer os desafios hoje existentes para a adequada formação profissional do Engenheiro.(mimeo) (4) Idem, ibidem. (5) Matai, Patrícia Helena Lara dos Santos-Relacionamento Didático em um curso cooperativo. (mimeo) (6) Idem, ibidem. (6) Idem, ibidem. |