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Reportagem escrita por Roberto de Oliveira e publicada na revista da folha em 14 de janeiro de 2007 |
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Tem latido novo na Granja do Torto. Estrela, uma cachorrinha da raça cane corso de origem italiana, é a cadela do segundo mandato da família presidencial petista. Ela "assume" o lugar da fox terrier Michele, que morreu em julho de 2005, aos 14anos, de insuficiência múltipla dos órgãos. Do que depender da nova moradora, o presidente Lula e a primeira-dama Marisa terão bastante trabalho. A raça cane corso precisa de espaço e adora um exercício. O nome deriva do latim "cohors" (pátio de fazenda, recintos) e significa protetor, guardião de urna propriedade fechada. É conhecido também por cão corso, cão de pátio italiano e cão de forte raça italiano. Ao longo dos séculos, desempenhou diferentes funções: de protetor de gado a guardião de artigos de valor e colheitas transportados pela Itália. Foi também utilizado na caça de javalis e outros animais selvagens, como cão-pastor e para companhia. Brincalhão, ele adora crianças, mas se manifesta ao menor sinal de intrusos (veja quadro ao lado), urna característica que define bem sua principal função, que sempre foi a de guarda de propriedade, segundo Edson Vieira, 60, do Italian Cane Corso, criador da raça há quase dez anos. "Ele é extremamente leal aos donos. Pronto para defender a família que o cria e a propriedade em que vive", diz. O corso, dizem seus criadores, seria descendente direto do antigo molosso romano, com origem no Império Romano. A raça corso é conhecida hoje teria surgido por volta do século 16. Antigamente, era possível encontrar exemplares em toda a Itália, mas a raça se manteve mais presente em Puglia e nas regiões limítrofes dessa província. Por aqui, antes de ir parar na Granja do Torto, o cane corso já tinha conquistado seus 15 minutos de fama quando o apresentador da TV Globo Fausto Silva, um dos primeiros criadores no país, mostrou seus cães no programa dominical, em 1999. |
Segundo criadores da raça em São Paulo, Estrela teria sido um presente de Faustão ao presidente Lula, mas a assessoria de imprensa da Presidência não confirma. O presidente Lula e dona Marisa já devem saber que o cãozinho tem crescimento rápido. Portanto é importante que receba uma alimentação rica, protéica e com altos índices de cálcio durante o primeiro ano de vida. Espera-se que Estrela não venha a desenvolver nenhum problema característico de raças gigantes como essa. A displasia coxofemoral, por exemplo, pode acometer alguns animais. Recomendam-se radiografias da articulação entre os 10 e 12 meses de vida, segundo o veterinário Abílio Sergio da Silveira, 54. Outro problema que essa raça está sujeita é a inversão de margem palpebral (a pálpebra se dobra para dentro em direção ao globo ocular), chamada entrópio. Ela pode afetar filhotes a partir dos três meses de vida, continua Abílio, e deixa os olhos irritados, vermelhos e com lacrimejamento excessivo. A correção é feita com uma cirurgia simples, de preferência até o primeiro ano de vida. |
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