Na formação de professores, eles devem aprender a conviver e criar  mudanças.

A vinte oito anos atrás eu tinha 23 anos e meus alunos cerca de 20 anos, hoje tenho 51 anos e eles continuam com seus 20 anos, talvez esta tenha sido, pelo menos em  parte, a única coisa que não mudou. 

Ao refletir sobre a antropologia, posso considerar que ela representa as crenças, os princípios, os valores, o mito, o ritmo, ... existentes e que nos encaminham a cada dia. 

Aí pergunto: será que a antropologia passada é valida hoje? 

Buscando a resposta para o questionamento anterior nos deparamos com novos questionamentos: 

  • se fosse a praia no início do século como vamos hoje o que aconteceria?
  • será que é preciso repensar as maneiras que pensamos e agimos? 
  • se voltar no tempo, mais precisamente a nossas infâncias e tentarmos recordar as crenças e os valores que nos passaram e fazendo uma lista dos mesmos, será que eles ainda prevalecem em nós? Por que?
  • quais as influências negativas que nos depositaram em nossas cabeças?
  • será que já escutamos as afirmações a seguir em algum período de nossa vida:  "PASSAR EM UM CONCURSO PÚBLICO É GARANTIR A ESTABILIDADE NO EMPREGO ... SOU POBRE MAS HONESTO E FELIZ ... MANDA QUEM PODE E OBEDECE QUEM TEM JUÍZO ... VENCEREI MESMO SENDO PROFESSOR ... BOM DIA HOJE É SEGUNDA FEIRA ... ELE É INTELIGENTE NÃO PRECISA TRABALHAR ... ADÃO VOCÊ ESTÁ EXPULSO DO PARAÍSO E AGORA TERÁ QUE TRABALHAR PARA SOBREVIVER ...TIME QUE ESTÁ GANHANDO NÃO SE MEXE ..."
  • será que todos estes velhos paradigmas, que foram mencionados anteriormente são válidos nos dias de hoje? Por que?
  • pensando em nosso trabalho e atribuindo nota de 0 a 10 pelo nosso prazer de ir trabalhar, prazer que poderia ser sintetizado pelas seguintes frases: “que pena hoje já é quinta-feira ... que pena teremos que gozar nossas férias ...... que pena nosso dia de trabalho já acabou” ... que nota nos daríamos?

Diante destes questionamentos, chegamos a conclusão que devemos MUDAR E QUEBRAR ESTES VELHOS PARADIGMAS. 

Vamos refletir sobre a nossa educação: se tivéssemos que fazer agora uma prova de geografia do quarto ano ginasial!  Alguém ficaria preocupado? Qual a nota que iríamos tirar? Por que? 

Em todo o nosso período de estudo, recebemos só informações e fomos só estimulados, eu até diria “adestrados” a fazer provas reproduzindo o que nos era depositado e aí recebermos notas ... e era só isto que importava ... fomos educados a buscar notas na reprodução daquilo que nos era informado. 

Hoje temos que estar preparados para estar motivados em aprender a aprender, a pensar, a criar e a aplicar. Como iremos conseguir isto? 

Só motivados, pois aí com PERSISTÊNCIA + DEDICAÇÃO E DISCIPLINA, nos tornaremos sujeitos de nossa formação. 

Hoje temos que transformar as informações em erudição e aí nos transformaremos em sujeitos de nossa história, conscientes que o sucesso não é uma atribuição estática. Para justificar esta afirmação, evoco os casos da Metal Leve, da Mesbla, do Nacional, do Bamerindus, da Mendes Júnior. O que será que aconteceu? 

Hoje não temos que matar um leão por dia, mas criar uma obra de arte a cada dia, portanto só resta uma saída - inovar, inovar a cada dia, a cada momento temos que ter estratégias novas. 

Lembremos que cada vez mais o tempo médio de uma profissão irá diminuir, portanto pensemos no trabalho como sendo a integração das pessoas, um prazer e desafio a ser vivido. 

Lembrando de um trecho de uma das músicas do saudoso Gonzaguinha: "viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar a alegria de ser um eterno aprendiz ....”, portanto, devemos estar abertos para aprender por toda nossa vida e com todos, aí estaremos aptos a viver e a criar nossas mudanças. 

Lembrando de uma experiência da ciência, onde colocamos um sapo em água fria, ao elevar a temperatura d’água pouco a pouco, o sapo morre, já que não consegue detectar este aumento de temperatura. 

Não podemos deixar o nosso cérebro ser que nem o sapo. Por outro lado, se jogarmos o sapo na água quente ele pula e sobrevive, portanto devemos estar dispostos a aprender e a mudar sempre, já que a nossa sobrevivência dela pode depender. 

Devemos aprender a respeitar as mudanças, afinal evoluímos da carroça para os carros modernos; convivemos com um crescimento volumoso na telemática, com a enciclopédia em CD; interconectividade = comprar no mundo, jogar no mundo; a telecomunicação cresce cerca de 300% a cada ano, hoje não vivemos um milésimo da comunicação que existirá daqui a 20 anos, portanto, temos que conviver com mudanças radicais, conviver com a revolução não com a evolução.  

E as escolas, as salas de aulas, os planos pedagógicos  e as avaliações: acompanharam estas mudanças? Será mesmo que elas não ocorrerem por ignorância dos educandos? Será que não continuamos punindo nossos alunos por nossos erros? 

Vamos voltar um pouco no tempo e refletirmos sobre alguns episódios: 

1890 - Grambell pare com esta história do telefone.

1899 - Tudo que tinha que ser inventado já foi, o setor de patentes só tem mais 10 anos.

1927 - Para que o filme falado?

1948 - Presidente da IBM - no mundo teremos no máximo 5 computadores.

1981 - Bill Gates o computador chegará no máximo até 640 Kbytes, neste ano eles tinham cerca de 8 Kbytes. 

Galileu para não morrer queimado, negou suas teorias que são completamente comprovadas hoje. 

Portanto que Galileu estamos queimando hoje?

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